Na Grécia Antiga o Museu era o templo das Musas.
Era um espaço sacralizado destinado a proteger a memória.
Um local onde as Musas viviam e falavam do passado mais longínquo: o tempo das origens quando apenas o caos existia.
Filhas de Zeus e Mnemosyne, poder e memória, as Musas aparecem, irremediavelmente, ligadas à gênese do Museu.
Neste sentido, reafirmar a origem mítica do Museu significa identificá-lo como território onde se articulam a evidência material do objeto em exposição com a evocação de um contexto histórico e de um modo de vida que já não existem mais.
Deste modo, o museu apresenta-se como um horizonte de experimentações e vivências, espaço propício para suscitar e ativar a emoção do visitante, convidando-o para participar do jogo da produção identitária e da articulação de sentidos.
Ao apostar nessa proximidade entre museu e mito, pretendo assinalar a importância dos Museus Açorianos enquanto instituições da memória, espaços míticos onde se rememora continuamente o começo de todas as coisas em cada um dos microcosmos específicos das nove ilhas.